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Entrevistador: Professor Arlindo. Pode contar um pouco mais sobre a sua história?

Prof. Dr. Arlindo: Sim, comecei a trabalhar com computação na época em que a internet estava em desenvolvimento. Descobri o navegador e achei muito interessante toda essa história. Terminei meu doutorado na USP em 2006 e comecei a procurar um espaço para continuar fazendo pesquisa. Foi quando vi uma notícia sobre um curso de ciência da computação da UNIFESP em São José dos Campos e decidi entrar em contato. Como a comunicação era diferente naquela época, tive que configurar um servidor de email para enviar minha mensagem, mas consegui me comunicar com a universidade e comecei a trabalhar aqui em 2007. Desde então, tenho acompanhado de perto o desenvolvimento da UNIFESP e tenho muitas histórias para contar.

Entrevistador: Que interessante, Professor Arlindo. E como o senhor vê a importância do projeto Histórias e Memórias para a UNIFESP?

Prof. Dr. Arlindo: Acho que é fundamental resgatar a história da UNIFESP e das pessoas que ajudaram a construí-la, porque isso nos ajuda a entender a universidade como um todo e a valorizar o trabalho de todos que contribuíram para o seu desenvolvimento. Além disso, é uma forma de manter viva a memória da instituição e de inspirar as novas gerações a seguir em frente e a contribuir para o seu crescimento.

 

Entrevistador: Como começou o curso de bacharelado em Ciência da Computação da Unifesp em São José dos Campos?

 

Entrevistado: As aulas começaram em abril de 2007, com um mês de atraso em relação à previsão inicial para março. O curso noturno tinha apenas um espaço físico adaptado temporariamente dentro do Parque Tecnológico, onde hoje está localizada parte da incubadora Nexus. Naquela época, o espaço contava com uma sala de aula, um laboratório, uma secretaria e uma pequena biblioteca. A primeira turma era composta por cerca de 50 alunos.

 

Entrevistador: Como era o espaço físico do curso naquela época?

 

Entrevistado: Quando eu fui conhecer o espaço após ser aprovado em um concurso, o local ainda estava em construção e não tinha muita coisa. Havia apenas uma cadeira com o patrimônio da Unifesp e um estagiário trabalhando na secretaria de pós-graduação. No entanto, o curso foi iniciado dentro de um contexto de projeto educacional chamado Reúne, que visava ampliar e restabelecer um mínimo das universidades brasileiras. Foi o professor Marco Antônio Raupp quem articulou a proposta do curso com o reitor da Unifesp da época, Ulisses. Além disso, José Raimundo também foi um parceiro importante no desenvolvimento do Parque Tecnológico de São José dos Campos.

 

Entrevistador: No contexto da UNIFESP, você vai criar um curso. Você precisará criar um campo, um projeto pedagógico, entre outras coisas. Quem cuidou disso dentro da UNIFESP?

 

Entrevistado: Os docentes que estavam no departamento de informática em saúde dentro da Escola Paulista de Medicina cuidaram disso. É um departamento que fica em São Paulo e cuida dessas questões de medicina aplicada na área da saúde. Em particular, eu acho que vale a pena comentar que a gente teve três direções. O primeiro diretor foi o Professor Daniel Singlen, que se aposentou da UNIFESP. Depois dele, tivemos a Mônica Parente e em seguida o Paulo Paiva. Quando as coisas de fato começaram, o diretor foi o Paulo Paiva, que ficou mais ou menos um ano. Antes dele, também teve o pessoal que carregou o piano aí, e definiu como ia ser o projeto pedagógico do curso de ciência da computação. Esses foram os nomes do começo, não posso deixar de citar também um outro nome importante nesse começo, que foi a secretária paga pela prefeitura. Esse começo foi muito articulado com a prefeitura. A prefeitura bancou várias coisas que a oferta ainda não tinha orçamento para fazer acontecer.

 

Entrevistador: Quem era a secretária paga pela prefeitura?

 

Entrevistado: Era a Danico, ela era da Rede de Educação, mas não tenho certeza se ela era administrativo. Ela passou mais ou menos um ano como diretora administrativa do Campo e segurou várias barras ali práticas no dia a dia.

 

Entrevistador: Quem mais esteve envolvido no início do curso?

 

Entrevistado: Eu posso ter corrido o risco de ter esquecido alguns nomes relevantes aí nessa história, mas basicamente esses eram os principais. Depois de 2007, a história ficou mais tranquila. Em 2008, abrimos um curso integral, vespertino e noturno, por várias restrições. Em 2009, já de manhã e no Campus da Talinha, abrimos o curso de matemática computacional. A partir daí, já é mais tranquilo de recuperar, mais fácil. Não precisamos entrar em muitos detalhes.