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As memórias de hoje a serem compartilhadas são da Professora Zuleica, segue um breve resumo sobre essa grande docente da Unifesp de SJC:

 

Doutora em História pela PUC SP, Mestra em História pela PUC SP, Bacharel e Licenciada em História; Licenciada em Pedagogia; Especialista em Ensino de História; Pós Graduada em Informática da Educação, Pós Graduanda em História, Ciências e Sociedade. Tem experiência em Pesquisas que utilizam História Oral e articulação entre saberes acadêmicos e os ditos "populares". Atua na Formação de Docentes, em especial na Educação para Relações Étnico-Raciais e Letramento Científico. Desenvolve pesquisa de Pós Doutoramento sobre Capoeira, no Programa de Neurociência e Cognição - Centro de Matemática, Computação e Cognição da Universidade Federal do ABC.



Boa tarde Professora, é um prazer ter a oportunidade de estar falando sobre a história do nosso campus com você, Pode me falar um pouco sobre sua trajetória como professora?

 

Claro! Eu sou Zuleica Stefânia Sabino Roque e nasci em São José dos Campos. Meu pai é do Sul de Minas e faz parte do fluxo migratório das pessoas que vieram trabalhar em fábricas aqui em São José. Minha mãe é de São José dos Campos e estudei a vida toda em escolas públicas. Fiquei muito próxima do CTA fisicamente mesmo, estudei na Escola Municipal por ali e fiz magistério. Fui caminhando para a área de história e consegui fazer mestrado e doutorado nessa área. Cheguei no CT como professora visitante em 2015 a 2017.

 

Você mencionou que tentou fazer uma ponte entre o ICT e a educação básica. Como foi essa experiência?

 

Isso mesmo. Uma coisa que eu sempre estive ligado à educação básica e tentei fazer uma ponte entre o ICT e a educação básica. Fiz algumas incursões e viagens depois de 2015. Foi então que decidi fazer pedagogia, porque eu já estava envolvido em áreas de gestão e precisava organizar isso academicamente. Depois disso, fui fazer informática da educação pelos contextos sócio-políticos que estamos vivendo. Tentei abrir mais o campo porque vivemos um momento bem complicado e muitas vezes as pessoas não entendem aquilo que a gente estuda, ficando apenas acusando a gente de achismo.

 

E como foi sua experiência na área de neurociência?

 

Fui para área de neurociência no centro de matemática, computação e cognição da Federal do ABC. Lá tenho feito um trabalho sobre capoeira e como se articula os saberes populares com os acadêmicos. Estou trabalhando sobre o envelhecimento cognitivo e é uma outra pegada. Não dei as costas para a história, ela é minha formação e gosto do que eu faço, mas estou tentando arrumar espaço para poder me comunicar, porque quando a gente começa a falar entre os pares, dá impressão de que a gente tá falando ali só com pessoas que são camaradas.

 

Você mencionou que a história é feita de gente comum. Como isso se relaciona com o momento atual?

 

Sim, quando a gente tem um momento como esse de uma crise sanitária e política, a gente vê lá alguém falando que não quer tornar sua caderneta de vacinação pública. Para muita gente, quando a gente comenta o que é isso, acham que é implicância pessoal, mas na verdade é uma medida como essa de um dispositivo legal que caixas e caixas de arquivo não vão poder ser acessados por historiadores e outros pesquisadores. Essas caixas que não vão poder ser acessadas, estão sendo cerceadas. Então assim a gente começa a ficar indignado e tenta fazer isso na outra ponta, porque na educação básica não é esse tipo de discussão que a gente faz, mas a gente vai falar de fontes históricas, vai falar de uma outra forma de alfabetizar cientificamente.